Bangladesh

A Igreja 

Entre os primeiros cristãos que chegaram a Bangladesh no século XVI, já figuravam missionários católicos. Entretanto, foi o ministério do missionário protestante William Carey, iniciado em 1795, que impactou profundamente o país. Hoje em dia, no entanto, o número de cristãos bengaleses é muito pequeno, apesar do extenso trabalho de vários missionários cristãos ao longo de décadas. 

Quase todos os muçulmanos convertidos ao cristianismo mantêm sua fé em segredo, embora existam alguns poucos exemplos de vilas inteiras voltando-se a Cristo e testemunhando publicamente sua conversão. No entanto, a maioria desses cristãos é formada por camponeses pertencentes a castas hindus inferiores, ou membros de pequenas tribos (estes últimos são comprovadamente mais receptivos ao cristianismo). 

O pequeno número de cristãos (0,84% da população) e a divisão em pelo menos 32 denominações têm enfraquecido sobremaneira a posição cristã. Nem os católicos nem os protestantes estão envolvidos fortemente com o evangelismo. Ao longo dos anos, a atuação cristã tem se concentrado mais na esfera da educação. 

A Igreja em Bangladesh sobrevive em meio à dificuldade. As atividades evangelísticas cresceram com as mais de cem novas igrejas formadas por ex-muçulmanos, acrescentadas apenas em 2007.


A perseguição 

O governo bengalês prudentemente decidiu não colocar em risco a ajuda ocidental que recebe e não adotou um processo aberto de islamização do país. Mas países islâmicos participam do programa nacional de ajuda humanitária, afetando políticas em detrimento dos convertidos e de outras organizações cristãs. 

Apesar de os muçulmanos fundamentalistas constituírem uma minoria, eles se esforçam incansavelmente para pressionar o governo atual a adotar o rigoroso cumprimento da sharia (lei islâmica). Eles são a maior fonte de opressão à Igreja. 

Há grupos islâmicos que vão de porta em porta na tentativa de convencer os convertidos a voltarem ao islã. 

Com a crescente participação de nações islâmicas, notadamente do Oriente Médio, no programa de auxílio ao país, o governo acredita que deva fazer concessões aos sentimentos muçulmanos. Isso poderia afetar drasticamente os direitos civis dos cidadãos não muçulmanos. 

A maior parte da perseguição se dá na zona rural. A influência dos clérigos muçulmanos é forte em muitas dessas comunidades. Novos convertidos tornam-se, então, vítimas da perseguição, e são socialmente marginalizados. Em muitos casos são agredidos, proibidos de ter acesso aos poços artesianos da vila, e coagidos a renunciar sua fé. 

Nessas comunidades, eles ainda podem ser pressionados pela família. Casamentos são desfeitos quando um dos cônjuges se converte, e divórcios são incentivados pelos sogros. 

A polícia se mostra apática aos convertidos vítimas de crimes. Isso tem atrapalhado o curso da justiça em alguns casos. 

A família Das sabe muito bem o que é isso. Em maio de 2008, Elina Das, uma adolescente de 13 anos de idade, foi estuprada no meio da noite por um grupo de jovens muçulmanos. Ela se dirigia ao banheiro de sua casa, que fica do lado de fora. 

O objetivo do ataque era levar o pai de Elina, o pastor Motilal, a desistir de seu ministério.

Quando o pastor tentou prestar queixa na delegacia, os policiais não quiseram ajudá-lo a não ser que lhes desse dinheiro. 

Sem dinheiro, o pastor telefonou para um colega da Assembleia de Deus. Com a ajuda dele, conseguiu registrar um boletim de ocorrência na delegacia de outra cidade. 

Os policiais da delegacia de Mymensingh levaram as roupas de Elina para exames e prenderam um suspeito, que não foi interrogado. 

Um exame de DNA nas roupas confirmou o estupro. A polícia então acusou os suspeitos diante de uma vara regional. 

Como o caso ainda não foi resolvido, os suspeitos estão à solta, ameaçando a família de Elina. 

Outro episódio de injustiça aconteceu em junho de 2007, no distrito de Nilphamari. Extremistas, armados com bastões de madeira, agrediram dez novos convertidos e ameaçaram incendiar a casa deles se não deixassem a vila. Dois líderes foram ameaçados de morte, caso continuassem a evangelizar. 

As vítimas foram encaminhadas para hospitais, e uma casa acabou destruída no ataque. Dias depois, líderes de uma mesquita impediram os cristãos de terem acesso à única fonte de água potável existente na região. Desde então, eles precisam andar 600 metros carregando vasilhas para buscar água.


Motivos de oraçãovoltar ao topo 

1. A Igreja sofre com o alto índice de pobreza. Ore para que cristãos de todo o mundo possam suprir as necessidades de Bangladesh, particularmente na área econômica. 

2. O país tem sido assolado por inúmeros desastres naturais. Peça a Deus para que a Igreja local consiga desenvolver projetos que possibilitem uma resposta rápida a esses eventos que se repetem quase todos os anos. 

3. Muitos bengaleses estão felizes com o resultado das eleições de dezembro/2008. Peça ao Senhor para usar o novo líder em favor do povo bengalês e da Igreja. 

4. A Igreja em Bangladesh está muito dividida. Há diversas denominações e outros grupos que trabalham de forma independente na evangelização de muçulmanos. Isso tem levado alguns a abandonar o ministério por causa da pressão. Peça a unidade e o entendimento mútuo para o Corpo de Cristo em Bangladesh.